sábado, 28 de maio de 2011

Historiar

"A arte de escrever histórias consiste em saber extrair daquele nada que se entendeu da vida todo o resto."

sexta-feira, 27 de maio de 2011

(Sem título)

"he'll always be hopeful
so he'll always be happy"

Talvez seja esse o problema: a descrença, a falta de esperança... o niilismo.

domingo, 22 de maio de 2011

O que eu mudaria no mundo

"Eu quereria que todas as pessoas pudessem ao menos sentir o que é o amor de verdade... Não só aquele amor de namorados, de pessoas que estão juntas, mas amor no sentido mais genérico da palavra. Aquela paixão epifânica que te dá consciência de "eu estou vivo", e te dá forças e vontade pra lutar, porque te dá pelo quê lutar. Aquele sentimento que reacende qualquer chama de esperança com sua simples presença...

É isso o que eu mudaria... Tiraria as pessoas da apatia mórbida de meramente existir."

(e é tão estranho se deparar com seus próprios textos de vários anos atrás.. principalmente ao constatar que as opiniões são as mesmas.)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Anti-convencionalidade confessada

Eu sempre me senti meio avesso às convenções sociais: não tanto as de etiqueta (também elas), mas principalmente àquelas que as próprias pessoas inventavam e levantavam de boa vontade como auto-defesa. São quase-rituais que se apresentam sob forma de obrigações recíprocas e consentidas, de existência compartilhada silenciosa e intuitivamente pelas pessoas do mundo. Algumas são até organicamente necessárias para a sobrevivência, como a simpatia inerente com estranhos: tão melhor viver entre um povo de reconhecida hospitalidade do que num em que as pessoas se comportassem de modo hostil ou indiferente com estranhos, não é? O raciocínio é simples e até bastante lógico: cada uma daquelas pessoas ainda sem significado nenhum em nossas vidas é alguém potencialmente importante -- quem saberia dizer quais daqueles estranhos se tornaria alguém essencial em algum dos incontáveis anos até a visita aos campos santos? Então tratamos todos igualmente bem. Pra que, se a hora chegar e algum deles se revelar especialmente promissor, não tenhamos colocado tudo por água abaixo antes da hora.

Mas, ao mesmo tempo em que estranhos se transformam nas projeções dos mais profundos desejos das pessoas, também encarnam seus maiores medos. O desconhecido que pode se revelar o amor da sua vida é o mesmo que pode vir a ser seu maior inimigo -- ou de todas as pessoas, quem vai ter ferir mais profundamente. Então a cordialidade educada é apenas o primeiro passo -- o seguinte é o reflexo mais concreto do antigo conselho "não converse com estranhos": a auto-preservação compulsória. A qualquer sinal de um movimento brusco, de algum começo de sentimento agudo demais pra tão pouca convivência, de uma admiração inexplicada aos olhos de alguém que não procura entender motivos, o alerta é soado e as medidas de defesa, levantadas. A partir daí, nasce uma verdadeira Muralha da China, erguida para barrar avanços e só possível de ser transposta depois de muito, muito esforço.

E por quê?

Por medo. Porque criamos um mundo de faz-de-conta, abstração do mundo real almofadada por ilusões, que serve como filtro entre a realidade e nós mesmos -- como se a luz do dia lá fora fosse muito mais do que quem passou tanto tempo dentro da caverna pode aguentar e as sombras fossem tudo o que fosse suportável ver. E aí, mudanças bruscas no mundo-recriado não são aceitáveis -- abalam a estrutura da ilusão e causam um temporal de insegurança que ninguém quer pra si. Porque o mundo tem que fazer sentido... né?

E aí nos fechamos, para nós e para o mundo, receosos do calor e diferença que algo novo pode trazer. Algo inadmissivelmente imprevisto. Sem espaço pré-reservado, sem território demarcado no continente da alma.

Como se houvesse obrigação em comprometer-se. Como se a culpa por não ter emoções e sentimentos amarrados a quem quer que deseje se amarrar a nós fosse justificada. Justificada pela grande obrigação moral de corresponder.

Obrigação...

que não existe.

terça-feira, 10 de maio de 2011

O que vale é a intenção

"Daniel olhava os ombros e o pescoço dela com avidez. Aquela obstinação tola o aborreceu, queria quebrá-la. Estava possuído de um desejo enorme e desastrado. Violar aquela consciência, atolar-se com ela na humildade. Mas não era sadismo. Era mais sutil, mais úmido, mais carnal. Era bondade."
(Sartre, A idade da razão)

Porque nem sempre o que é bom é indolor.

(e normalmente não é)

[melhor, não faz a gente perder a capacidade de sentir]

segunda-feira, 9 de maio de 2011

"i'm not telling you it's going to be easy...

... i'm telling you it's going to be worth it."

(sim, é clichê: mas acho que é forte o suficiente pra ser o que me mantém de pé.)

domingo, 1 de maio de 2011

Crescimento

Ouvi alguém dizer que amadurecer é saber deixar pra trás sonhos, objetivos e ideologias quando a vida pede que eles sejam abandonados. Não é. Amadurecer é saber adaptar tudo isso a um mundo novo, sem você se perder pelo caminho.

Abandonar seus sonhos e ideologias não é amadurecer: é morrer (mesmo continuando a respirar).