sábado, 5 de fevereiro de 2011

Mentiras convenientes

E eu poderia vir e dizer que estou bem, que estou feliz, alegre -- ou até mesmo triste. Pra quem não conhece a verdade verdadeira, qualquer declaração é potencialmente uma mentira. Mas pra que vir e dizer que estou bem, que estou feliz, alegre -- ou até mesmo triste? Pelo simples ato de dizer, pelo ímpeto de confundir, de manter as aparências. A mentira é uma arma valiosa. E a verdade é sempre uma concessão arriscada: vai que alguém vai juntando os pedacinhos de verdade que você solta quase sem perceber e acaba descobrindo quem você é.

7 comentários:

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  2. Mas o maior perigo não é que outras pessoas saibam quem você é. É que *você* descubra.

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  3. Caro Victor, tudo isso faz muito sentido, pois acredito que dependemos muito dos outros para nos descobrirmos enquanto "eu". Isto configura uma das maiores belezas das relações humanas. Esse descobrimento quase sempre é decepcionante e angustiante, mas nada é, também, tão libertador.

    Terno abraço.

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  4. "A mentira é uma arma valiosa. E a verdade é sempre uma concessão arriscada." Faço dessas palavras as minhas.

    Mas ainda acredito que essa concessão, apesar de arriscada, valha a pena. E porque vale tanto, é que não se entrega de bandeja por aí. Que nos preservemos para a liberdade que um dia virá. O segredo é só não temer quando ela chegar e evitar correr o risco de ser eternamente para os outros o que não se é.

    Eu te entendo. Completamente.

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  5. "Vai que alguém vai juntando os pedacinhos de verdade que você solta quase sem perceber e acaba descobrindo quem você é."
    Lindo.

    É um risco que corremos... Espero que não se concretize.

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