quarta-feira, 4 de abril de 2012

O crime do professor de matemática

"'Há tantas formas de ser culpado e de perder-se para sempre e de se trair e de não se enfrentar. Eu escolhi a de ferir um cão', pensou o homem. 'Porque eu sabia que esse seria um crime menor e que ninguém vai para o Inferno por abandonar um cão que confiou num homem. Porque eu sabia que esse crime não era punível.'

Sentado na chapada, sua cabeça matemática estava fria e inteligente. Só agora ele parecia compreender, em toda sua gélida plenitude, que fizera com o cão algo realmente impune e para sempre. Pois ainda não haviam inventado castigo para os grandes crimes disfarçados e para as profundas traições."

A auto-punição compensa crimes nunca condenados?

3 comentários:

  1. eu fico querendo te dizer umas coisas que eu não sei se são convenientes. e não tenho muita coragem, mas quero te dizer, então vai desse meu jeito covarde e ridiculo, do qual um dia eu sei que vou me envergonhar. enfim, eu queria na verdade é te pedir desculpas pelo que eu fiz com você. eu não sei se vc lembra, se vc sabe do que eu to falando, mas é provavel que sim. eu não consegui me perdoar até hoje. e eu espero que a auto-punição por ter abandonado um amigo compense alguma coisa (mas acho que não). é, acima de tudo você sempre foi meu amigo e eu não sei como nem porque você continua me tratando bem, eu não mereço. queria te agradecer por isso, de verdade. você é muito bom comigo. obrigada mesmo. e me desculpa pelo que eu estraguei entre a gente. sua amizade tem um valor enorme pra mim. e eu tenho muitissimo carinho por vc, viu? conta comigo pra qualquer coisa, sempre. s2

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  2. Eu li esse hoooje!! Eu peguei o livro, abri no índice, li "O crime do professor de matemática" e pensei na hora que já tinha lido isso aqui no seu blog! (nem sempre comento mas sempre leio).
    Admito que fiquei um pouco temerosa em ler os contos da Clarice, porque as suas reflexões interiores da Lóri e da G.H. eram tão perfeitas, será que ela conseguiria fazer contos à altura?
    E ela conseguiu...
    Quanto mais leio Clarice, mais a amo e venero... Sério...

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